
Apesar de inúmeros alertas e campanhas de conscientização feitos por instituições como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e veículos de comunicação, criminosos continuam tentando aplicar o golpe do falso advogado em Bauru. Desta vez, os golpistas utilizaram o nome de Elion Pontechelle Junior, advogado e consultor jurídico da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), para buscar obter dinheiro de seus clientes por meio de mensagens enganosas.
Na semana ada, ele foi procurado por dois clientes que só não se tornaram vítimas porque desconfiaram da estratégia dos fraudadores. Em um dos casos, o processo judicial já estava, inclusive, extinto.
Mesmo assim, uma pessoa se ou por Pontechelle Junior e entrou em contato com uma cliente por WhatsApp, informando que havia uma "atualização de valores" com direito ao recebimento de cerca de R$ 17 mil. Para tanto, ela deveria pagar uma guia de recolhimento antecipado de Imposto de Renda no valor de aproximadamente R$ 1,7 mil.
A promessa era de que a quantia seria restituída no acordo final. "Essa guia, que o estelionatário disse ser própria do Tribunal de Justiça, é fajuta. O dinheiro, na verdade, certamente cairia direto na conta do falsário", alerta o advogado. A cliente, desconfiada, o procurou e, ao compreender que tratava-se de uma tentativa de golpe, evitou o prejuízo.
Em outro caso, o criminoso iniciou uma conversa via WhatsApp com outro cliente e apresentou uma proposta de acordo judicial no valor de R$ 53 mil. O golpista se apresentou como advogado da parte contrária e, depois, fingiu ser o próprio Pontechelle Junior para dar legitimidade à negociação. Ao ser informado sobre a necessidade do pagamento da guia, o cliente suspeitou e interrompeu o contato, avisando o advogado em seguida.
ESTRATÉGIA
O golpe do falso advogado não é novo e consiste no uso de fotos, nomes e números de registro de profissionais do Direito para solicitar, de seus clientes, quantias em dinheiro referentes a processos. Em geral, as cobranças chegam a pessoas que, de fato, têm algum tipo de valor a receber em ações.
Os golpistas am, então, nas plataformas online de tribunais, causas que não tramitam em segredo de Justiça para descobrir informações sobre as partes envolvidas, como número do processo e nomes completos, bem como endereços ou números de telefone. Depois induzem as vítimas a pagarem uma quantia em dinheiro supostamente necessária para liberação do valor.
"Vários advogados estão sendo alvo e a orientação, além de registrar boletim de ocorrência, é alertar seus clientes a ficarem atentos. Diante de qualquer dúvida, as pessoas devem entrar em contato com os profissionais do Direito por meio dos números que estão acostumados, ligar no número fixo ou até ir presencialmente ao escritório. Esta checagem é fundamental para evitar cair em golpes", reforça.