OPINIÃO

As dificuldades da mobilidade social em nosso país 


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São numerosos os anseios e os desejos das condições existenciais da  humanidade, difíceis de serem enumerados, dados, inclusive, pela subjetividade do pensamento humano, individualmente ou coletivamente.

Duas condições, entretanto, são reais na vida das pessoas: A busca pela felicidade e o crescimento pessoal, profissional e social. As duas se completam e são, normalmente,  interdependentes.

Negar às pessoas esses direitos é negar à essência maior à dignidade do ser humano.

No Brasil, menos de 2 % das crianças pobres atingem a renda dos mais ricos, ou seja, que obtenham renda que as coloquem entre os 10 % mais ricos. Esses dados, apontados pelo Atlas da Mobilidade Social, que reúne dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mostra o baixo nível de Mobilidade Social no Brasil, mantendo elevadas as faixas de pobreza e, como consequência, a necessidade de programas sociais, como o Bolsa Família e  muitos outros.

Esta triste realidade revela que somente 1,9% das crianças pobres concluirão uma faculdade e apenas metade delas concluirão o ensino médio. Segundo o Professor da FEA – USP, Naércio Menezes, “essa precariedade do ensino médio faz com que 66% dos jovens não atinjam o básico para o mundo do trabalho.”

Estatísticas revelam  que a produtividade da mão de obra no Brasil equivale a apenas ¼ do trabalhador americano. Naturalmente que essa comparação, de forma simplificada, está sujeita a correções: Por exemplo, é certo que o trabalhador americano tem um nível superior de estudo, comparativamente ao trabalhador doméstico, mas é significativamente importante destacar o nível tecnológico utilizado pelas empresas americanas e o nível utilizado em nosso País. Em seu conjunto, há, evidentemente, uma vantagem comparativa para os Estados Unidos.

O importante nessa pesquisa divulgada é para que ela desperte junto ao setor público o quanto é necessário e imprescindível que tenhamos políticas públicas que sejam efetivamente implementadas para a evolução das crianças e jovens, de todos os níveis de classes sociais, em seus estudos e habilidades profissionais, o único caminho capaz de oportunizar a eles e elas, a ascensão social e econômica.

Quando abordados a insuficiente funcionalidade da educação básica em nosso País, precisamos, contemporaneamente, enfatizar outros valores fundamentais que inibem a aprendizagem dos alunos, como a deficiente estrutura do saneamento básico, assim como, da infraestrutura logística, além, de, em grande parte, da subnutrição estrutural e insuficiente estrutura da assistência médica em muitas cidades do nosso País.

Todos esses condicionantes, de pleno conhecimento das autoridades públicas, precisam ser enfrentadas em graus de prioridade para que o País melhore o seu IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, de forma a tornar a “ Mobilidade Social”, mola propulsora do  desenvolvimento econômico do Brasil, com maior respeito a dignidade do povo brasileiro.

Messias Mercadante de Castro é professor de economia do Unianchieta, membro do Conselho de istração da DAE S/A e Consultor de Empresas

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