
Ao ser interrogado nesta segunda-feira (9) no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-ajudante de ordens Mauro Cid afirmou que Jair Bolsonaro teve o à minuta do golpe e fez alterações no texto. Segundo Cid, o então presidente “enxugou” o conteúdo, removendo a maior parte das prisões previstas. “Somente o senhor [Moraes] ficaria preso”, disse ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
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O depoimento de Cid marcou o início da fase de interrogatórios do núcleo 1 da investigação sobre tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022. O grupo de réus é formado por oito pessoas, entre elas os generais Braga Netto e Augusto Heleno, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier e o próprio Bolsonaro, que será o sexto a depor.
Cid também apontou Braga Netto como o elo entre Bolsonaro e os acampamentos golpistas, além de descrever o ex-comandante da Marinha como um dos mais radicais. O militar disse ainda que os grupos envolvidos não atuavam de forma coordenada: “Era cada um com sua ideia”.
Visivelmente nervoso e hesitante, Cid confirmou os termos de sua delação e negou ter sofrido coação. O interrogatório foi conduzido por Moraes, seguido pelo ministro Luiz Fux e pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.
A previsão é que os interrogatórios continuem até sexta-feira (13), com depoimentos prestados em ordem alfabética.
Comentários
1 Comentários
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Jose Marcelo Ravanhan 4 dias atrásDeveriam acrescentar na matéria que o juiz do caso Alexandre de Moraes \"agiu com ironia dizendo que os demais enumerados receberiam um habeas corpus do presidente Bolsonaro!!! Porque omitiram;já que no tribunal do ministro ele não aceitaria que se fizesse um circo?