O general da reserva do Exército e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, prestou depoimento nesta manhã de terça-feira (10) ao Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da ação penal que apura uma suposta tentativa de golpe para manter Jair Bolsonaro no poder após as eleições de 2022. Ele é um dos oito réus do chamado “núcleo principal” da trama, segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).

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Logo no início do interrogatório conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, Heleno exerceu o direito de permanecer em silêncio diante das perguntas da Corte. Ele só se manifestou ao ser questionado por seu advogado. Em sua fala, afirmou que sempre respeitou os limites constitucionais durante sua atuação no governo Bolsonaro. “O presidente dizia que jogaria dentro das quatro linhas, e eu segui isso religiosamente enquanto estive na Presidência”, disse.

Heleno também negou ter discutido assuntos políticos dentro do GSI, órgão que chefiava e onde, segundo ele, trabalhavam entre 800 e 1.000 servidores. “Nunca tratei de política com nenhum deles”, afirmou.

As investigações da Polícia Federal que sustentam a acusação apontam que uma das principais evidências contra o general é um conjunto de anotações com teor golpista encontrado em uma agenda pessoal apreendida durante busca em sua residência.

Além de Heleno, já prestaram depoimento ao STF outros nomes ligados ao governo Bolsonaro, como Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier e Anderson Torres. Todos respondem por envolvimento na tentativa de subverter o resultado das eleições de 2022.