SEGURANÇA PÚBLICA

Feminicídios e estupros explodem no Brasil; veja os números

Por | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação/PCRS
O número de estupros contra mulheres foi o mais alto desde 2020. No total, foram registrados 71.834 casos.
O número de estupros contra mulheres foi o mais alto desde 2020. No total, foram registrados 71.834 casos.

O Brasil viveu em 2024 o pior cenário dos últimos cinco anos em relação à violência contra mulheres. De acordo com o Mapa da Segurança Pública 2025, divulgado nesta quarta-feira (11) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, os registros de feminicídios e estupros atingiram recordes históricos, com crescimento significativo em comparação a anos anteriores.

Leia mais: Quase 70% das vítimas de feminicídio foram mortas dentro de casa

O levantamento revela que, ao longo de 2024, 1.459 mulheres foram vítimas de feminicídio:  média de quatro por dia. O número representa um salto de 7% em relação a 2020, início da série histórica usada pelo governo. O crime é caracterizado pelo assassinato de mulheres em razão de seu gênero, especialmente em contextos de violência doméstica e discriminação.

A Região Centro-Oeste lidera o ranking nacional, com 1,87 casos por 100 mil mulheres, acima da média brasileira de 1,34. Estados como Mato Grosso (2,47) e Mato Grosso do Sul (2,39) apresentaram as taxas mais altas. Em contrapartida, Amapá (0,50) e Sergipe (0,84) registraram os menores índices.

O número de estupros contra mulheres também foi o mais alto desde 2020. No total, foram registrados 71.834 casos, o equivalente a 196 mulheres estupradas por dia. O número representa um aumento de 0,1% em relação a 2023 e de 26% na comparação com 2020. As mulheres representam 86,4% de todas as vítimas de estupro registradas no país no ano ado.

São Paulo foi o estado com mais ocorrências: 13.790 vítimas do sexo feminino, número próximo ao de toda a Região Nordeste somada. Na sequência aparecem Paraná (5.922), Rio de Janeiro (5.013) e Pará (4.898).

Os dados são do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) e refletem ocorrências registradas entre janeiro e dezembro de 2024. A consolidação foi feita com base nas informações readas pelos estados até fevereiro de 2025.

Crescem feminicídios e estupros; assassinatos em geral recuam

Apesar do avanço dos crimes contra mulheres, os assassinatos no Brasil caíram 5,5% no geral. A soma de homicídio doloso, feminicídio, latrocínio (roubo seguido de morte) e lesão corporal seguida de morte ou de 40.768 em 2023 para 38.509 em 2024. A queda foi puxada pelos homicídios dolosos (-6,3%) e latrocínios (-1,6%).

As mortes causadas por intervenções policiais também caíram, com 6.134 registros em 2024 — 4% a menos do que no ano anterior. No entanto, as lesões corporais seguidas de morte subiram 22,9%.

Roubo de carga e crimes patrimoniais recuam

Os crimes patrimoniais também apresentaram queda significativa. Entre as principais reduções estão:

  • Roubo a instituições financeiras: -22,5%
  • Roubo de carga: -13,6%
  • Roubo de veículo: -6%
  • Furto de veículo: -2,6%

Mais drogas apreendidas, menos armas, mas fuzis aumentam

Em 2024, o país também bateu recorde nas apreensões de drogas. Foram 1,4 mil toneladas de maconha apreendidas, 10% a mais que em 2023. Também cresceu a apreensão de cocaína: 137,3 mil quilos, maior volume em cinco anos. Esses dados não incluem os números de Minas Gerais e Rio de Janeiro, que não rearam informações ao Ministério da Justiça até o fechamento do levantamento.

Por outro lado, houve redução de 2,6% no total de armas de fogo apreendidas. Mesmo assim, as apreensões de fuzis cresceram 43%, ando de 1.365 unidades em 2023 para 1.957 no ano ado.

Comentários

Comentários