DESENVOLVIMENTO

Economia regional forte com cadeias produtivas bem estruturadas

Por Jorge Lima | São Paulo
| Tempo de leitura: 3 min
Secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de SP
Jorge Lima, secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de SP
Jorge Lima, secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de SP

A força econômica do estado de São Paulo já é amplamente conhecida. Somos a terceira maior economia da América Latina, representando um terço do Produto Interno Bruto nacional, de acordo com dados do IBGE. A riqueza e a pluralidade se manifestam em cada região paulista, por meio de vocações locais que moldam as características do nosso estado. Já tive a oportunidade de visitar e conhecer de perto quase 400 cidades (eu vou aos 645 municípios), conversando com o setor produtivo, empresários e o Poder Público local para discutir os desafios e oportunidades de cada região. A conclusão é clara: temos potencial para mais.

Uma das medidas adotadas na Secretaria de Desenvolvimento Econômico foi organizar e fortalecer elos econômicos que, até então, estavam desconectados ou com problemas de governança. Foi assim que nasceram as Cadeias Produtivas Locais (Ls), substituindo os antigos Arranjos Produtivos Locais, por meio do programa SP Produz.

Mas por que isso importa?

Porque organizar as Ls é muito mais do que um movimento burocrático: é uma estratégia inteligente de desenvolvimento regional. Ao mapear e conectar os elos produtivos de um setor — da matéria-prima à comercialização — cria-se um ambiente de cooperação, inovação e ganho de escala, beneficiando todos os envolvidos. E, mais do que isso, contribui para a principal meta da nossa pasta e para uma diretriz clara do governador Tarcísio de Freitas: gerar emprego, renda e desenvolvimento regional.

Cada cadeia produtiva reconhecida pelo programa recebe apoio técnico para aprimorar e fortalecer suas atividades, podendo ser classificada em até quatro níveis. Conforme o grau de maturidade alcançado, há a possibilidade de novos benefícios e recursos para projetos de desenvolvimento. Inclusive, estamos com edital de reconhecimento aberto até o dia 13 de junho — o primeiro o para uma excelente oportunidade de alavancar setores estratégicos da nossa economia.

Para ilustrar, cito o caso da L do café de Caconde, na região de Campinas, reconhecida como "consolidada" — o terceiro nível na escala de maturidade. A iniciativa envolve todo o processo: desde a aquisição de insumos para a produção até a transformação industrial e comercialização, reunindo diferentes tipos de empresas que atuam de forma integrada. Além do apoio técnico, essa L recebeu recursos financeiros e investiu em novos maquinários de uso coletivo para os agricultores. Baseada majoritariamente na agricultura familiar, a cafeicultura do município reúne cerca de 2,4 mil pequenas propriedades e movimenta a economia local com a geração de mais de 10 mil empregos diretos e indiretos.

Esse tipo de resultado pode — e deve — ser multiplicado em setores como o agronegócio, calçados, confecções, alimentos, bebidas, móveis, turismo, tecnologia da informação, entre tantos outros que compõem a riqueza produtiva do interior paulista. No entanto, para que isso aconteça, é fundamental que as cadeias se organizem formalmente e busquem reconhecimento por meio de programas como o SP Produz. Até o momento, o programa já reconheceu 95 Ls e destinou mais de R$ 30 milhões em recursos, beneficiando cerca de 27 setores estratégicos da economia paulista.

Organizar uma L é dar voz coletiva a um conjunto de empresas que enfrentam desafios semelhantes e podem buscar soluções conjuntas. É abrir espaço para o a editais, recursos, capacitações e políticas públicas. É transformar concorrência em colaboração estratégica, capaz de posicionar nossos produtos com mais qualidade, inovação e competitividade — não só no mercado nacional, mas também no internacional. O edital do SP Produz é uma oportunidade concreta e ível para que as lideranças locais avancem com projetos estruturantes.

Aos empresários e associações do interior, fica o chamado: organizem suas cadeias produtivas, identifiquem suas lideranças e busquem o reconhecimento. Como sempre digo: juntos, podemos fazer mais!

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